quinta-feira, 20 de maio de 2010

A Educação que temos

Temos uma educação fragmentada pela falta de comunicação, dissociada da realidade (em especial a realidade das comunicações), burocrática e que dispõe de poucos canais de comunicação com alunos. Como lócus desta educação, há uma escola silenciada e fragmentada pelas condições de trabalho dos profissionais da educação e pelas políticas, que não envolvem o campo educacional no seu processo de construção. O resultado da combinação de um cenário desafiador com uma escola fragmentada é uma educação que começa a considerar a importância da educomunicação, mas que depende bastante das práticas desenvolvidas no âmbito da sociedade civil para acontecer.

Esta escola perde (em termos de tempo) seus alunos para as mídias ao não discutir comunicação com seus alunos e usa a tecnologia como ferramentas, esquecendo-se do processo de comunicação. Esta discussão sobre comunicação, em suas diversas dimensões e facetas, é ainda pouca vivenciada nas escolas.

As causas desta lacuna vão desde as condições de trabalho dos profissionais de educação à falta de infra-estrutura nas escolas.

O professor, sobrecarregado com a exigência de usar novas tecnologias, não é envolvido nos processos de tomada de decisão e nem ao menos recebe formação ou remuneração por este trabalho específico. A conseqüência de não envolver o professorado nestes processos provoca um distanciamento da realidade da comunicação, que desemboca em uma série de dificuldades com os equipamentos e, inclusive, com a possibilidade de lidar com as tecnologias em sala de aula, levadas pelos alunos (como o celular).

A infra-estrutura da escola é de baixa qualidade. É preciso pensar em um projeto para a implementação da comunicação como processo e como instrumentos, com escolas sadias fisicamente e com preocupação de acústica e de espaços de lazer.

Além disso, a legislação impede que os instrumentos seja usados livremente. A atual lei de direitos autorais apresenta restrições ao direito à educação ao não permitir que se usem textos, filmes, programas de computador protegidos por direitos autorais para fins educacionais.

A comunidade escolar também não participa do processo de formulação de políticas públicas de educação; as políticas educacionais são em geral impostas e o debate público envolvendo esses atores não acontece na mídia (espaço onde a liberdade de expressão é exercida na atual sociedade de massas).

Ou seja, a educação ainda está distante de plenas vivências de práticas democráticas e isso se reflete em todas as dimensões da educação enquanto política pública (instâncias do poder público, infra-estrutura, financiamento, legislação, formação, escolas, profissionais, alunos(as)).

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